"Tudo que é importante costuma ser ignorado", Louis Pauwels

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

2016: A vida como ela era


O ano mais complicado que se tem notícia na história recente chegou ao fim. O calhamaço de problemas que herdamos para serem compreendidos e enfrentados tem deixado a humanidade em estado de confusão mental, já que não há qualquer sinal de que estejam em andamento para solução.

A paz estampada nas manchetes e coordenada por Russia e Turquia na guerra da Síria soa como uma grande conquista dos países não alinhados. Só não combinaram o cessar fogo com os grupos terroristas que, a despeito do que queremos acreditar, tem mais vidas do que gatos e baratas juntos. Afinal os aliados não bombardeiam um inimigo tradicional, com exército fixo, mas um oponente mutante, que pode aparecer a qualquer hora, práticamente em qualquer lugar. Eles simplesmente adotaram a Síria como campo de batalha... 

O barulho no Brasil não dá sinais de calma. Se a chapa Dilma/Temer for cassada pelo T.R.E, ou se o presidente renunciar ( como alguns apostam que pode acontecer ), uma eleição indireta acontece no Congresso Nacional, justamente este que anda em baixíssima credibilidade, com a maior parte de seus integrantes envolvidos em denúncias de corrupção. Tudo isso em meio a números alarmantes de desemprego e uma divisão ideológica que só tem se radicalizado dia após dia. Em suma, na pior hipótese há risco de desgovernança no Brasil.
Essa mesma divisão maluca acontece nos Estados Unidos, onde mais da metade do eleitorado simplesmente  não aceita Donald Trump como presidente, graças a regras eleitorais que na prática tornam a eleição por lá indireta, contrariando o princípio básico da democracia. Trump, por sua vez, dá mostras de que quer reeditar a corrida armamentista, ridicularizar a ONU e peitar os inimigos da grande potência pelo mundo afora, como um bom super herói da Marvel. Sim, um super herói com poderes especiais para destruir o mundo dezenas de vezes com suas fantásticas ogivas atômicas.

Na velha Europa, a paciência com os refugiados árabes já há tempos denota esgotamento. A preferência dos migrantes pela residência na Europa cristã ( ao invés da Arábia Saudita ou Jordânia muçulmana ) traz consigo sintomas de pânico xenófobo depois de ataques terroristas na França e na Alemanha.

Quem poderia fixar no chão os alicerces do nosso querido mundo?  Os artistas e cientistas. Mas as notícias da indústria musical são cada vez mais fracas, Hollywood parece ter também chegado a um esgotamento, ao tempo em que os jovens, outrora revolucionários, estão aprisionados em redes sociais e brinquedos eletrônicos.

Ao ler as manchetes, os otimistas aguardam da ciência a boa nova da inteligência artificial,  de que há cura para a fome, para as graves doenças ou de que há sim vida inteligente em outros planetas. Os religiosos proclamam a proximidade da volta de Jesus ou Maomé.

Mas, enquanto isso... a massa entra em ebulição e o mundo como nos conhecíamos cada vez mais se torna irreconhecível.

Celso Rommel

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