"Tudo que é importante costuma ser ignorado", Louis Pauwels

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Plantas medicinais e o patrimônio biológico desconhecido da humanidade

Vendo documentário sobre o curandeiro amazônico conhecido como Doutor Raiz, me chamou a atenção a afirmação de que noventa por cento do bioma da floresta amazônica ainda não foi devidamente catalogado e estudado.  Ou seja: os dez por cento que conhecemos já fazem hoje uma revolução slienciosa no mundo da medicina alternativa, auxiliando na cura das mais diversas doenças, das mais corriqueiras às mais graves - o que nos reservariam a outra imensa maioria?

Não é a toa a ocorrência frequente de bio pirataria no país, algo já registrado desde o tempo da borracha, quando o inglês Henry Wickham carregou no bolso sementes de seringueira que foram posteriormente cultivadas na Malásia, quebrando com isso o domínio que o Brasil tinha do tão precioso produto e evidenciando que os gringos já estão cientes do potencial verde das nossas matas. Haja vista a patente requerida por uma empresa japonesa do nosso famoso açaí, o que gerou uma batalha judicial enorme.

Há destaques em exotismo, como a aplicação da "vacina do sapo", à base de uma secreção produzida pela rã Kambô (Phyllomedusa bicolor) que os indígenas alegam ser um "remédio da alma", visando acabar a "panema", o estado de espírito negativo que causa doenças. É forte, provoca sensação intensa e de fato traz energia e vitalidade por semanas. A aplicação deste método tem se difundido nos centros urbanos, muitas vezes sem o acompanhamento de órgãos oficiais.
Evandro Cordeiro, o Dr. Raiz, tem utilizado plantas amazônica em garrafadas que fazem sucesso 
Outro destaque é camapu, plantinha paraense cujo potencial para a cura do alzheimer tem sido estudado pela medicina. Há indícios de que o uso medicinal da planta tem mostrado que pode criar novos neurônios, substituindo os outros já doentes, algo considerado impossível até há algum tempo.

Ou ainda, o pariri, a janaúba e o sangue de dragão que são consideradas apostas no combate aos variados tipos de câncer. Sem falar na combinação do cipó mariri com o arbusto chacrona, que formam o chá conhecido como ayahuasca, ou daime, que tem se revelado, em cerimônias rituais ao longo de décadas, como um agente eficiente no resgate da depressão e vício em drogas. Tudo baseado em estudos sérios, conduzidos por universidades internacionais também.

Ressaltamos que nenhum remédio de farmácia tem origem extraterrestre. Todos tem o princípio ativo extraído da natureza; alguns de maneira mais clara como o buscopan ( à base da planta Datura ) ou o ácido acetil salicílico ( à base do Salgueiro ), outors mais disfarçados, que recebem nome fantasia dando a impressão de que foram feitos em um ambiente esterilizado à base de mágicas instantâneas com nomes complicados. Mas não: todos são retirados do ambiente verde e há atualmente centenas de biólogos percorrendo as matas do planeta em uma busca desesperada por novos antibióticos, já que muitos passaram a não funcionar devido ao abuso da auto medicação o que levou ao surgimento de bactérias e germes mais resistentes, que ameaçam a saúde em todo o mundo.

Sendo assim, a floresta tem muitíssimo a nos dar, independente do pouquíssimo espaço dedicado à ela na mídia. Por que não tratar isso como uma prioridade ?


Celso Rommel

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