"Tudo que é importante costuma ser ignorado", Louis Pauwels

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Corporação ou pessoa; o boicote vence todos e volta e meia se faz necessário



Acredito que as vias de comunicação do sistema operacional da Matrix não divulgam abertamente o significado e o modus operandi do boicote por saberem exatamente que, uma vez fazendo isso, estariam fornecendo ao rebanho condições plenas de liberdade.  Pois nós que estamos no submundo virtual, onde entram em contato os navegantes digitais das madrugadas, podemos discutir a respeito disso com maior espaço aqui nesta página.

Primeiro um pouco de perspectiva histórica. A palavra boicote deriva do inglês boycott, que por sua vez deriva do nome do capitão irlandês Charles Boycott. No século XIX, o capitão era administrador de propriedades na Irlanda e costumava fazer exigências descabidas às pessoas com quem negociava. Estas pessoas se uniram com o propósito de não mais se relacionar com ele. A rejeição passou a ser identificada com o sentido de represália ou mesmo de sabotagem. 

Um antecedente foi que, no ano de 1774, 12 das colónias britânicas na América acordaram, antes da revolução, o boicote com os produtos ingleses.

Ao longo dos séculos, a prática tem sido utilizada sempre pelo mais fraco para puxar o tapete dos soberanos, das grandes corporações, geralmente quando se nota abuso no poder, discriminação ou tratamento desumano. Em alguns casos, como em algumas edições dos Jogos Olímpicos, os boicotes de alguns países em se recusarem a participar das competições, se deu por questões políticas mas nunca foram bem sucedidos, uma vez que reuniram apenas minorias na tabela de participantes, o que nunca impediu a realização das competições e este exemplo mostra que o verdadeiro boicote só gera resultados com a participação de grande parcela da população, senão a maioria.
Cena do programa de TV Big Brother Brasil, um dos campeões em pedidos de boicote nas redes sociais
Por exemplo; a força dos boicotes foi determinante na luta pelos direitos civis da população afro descendente nos Estados Unidos, ao longo dos anos sessenta, sob a liderança do reverendo Martin Luther King. Foi graças aos boicotes que os E.U.A branco foram obrigados a reconhecer o papel dos negros na formação da nação, o que levou até a eleição de Barack Obama cinquenta anos depois.

Foi também arma de desmantelamento da atividade colonial britânica na India, utilizada por Mahatma Mohandas K. Gandhi, que conseguiu arquitetar a chamada "resistência pacífica" da população, passando a recusar em larga escala a compra dos produtos importados e com isso quebrando a razão de ser da ocupação naquele país milenar.

Quando uma parcela majoritária da população se recusa a consumir o que lhe é entregue pelos soberanos e seus aparelhos de dominação, automáticamente o poder dos reis perde sua força. Pelo simples fato de que a força dos dominadores advém de seus dominados. São estes que lhes fornecem toda sorte de pensamentos, apoio moral, participação e, em última análise, dinheiro.

Os dominados ( anestesiados por pseudo conquistas e falso conforto ) entregam de bom grado seu sangue para alimentar a máquina sugadora da Matrix, perpetuando o parasitismo por gerações. Até que, um belo dia, alguém propõe um boicote. A partir daí não há Golias que se mantenha de pé, se a campanha for bem articulada.

Pode-se, por exemplo, combinar-se virtualmente o boicote total durante determinados dias ou horários estratégicos, nos dias de maior faturamento, como forma de quebrar a espinha dorsal do sistema.

Por isso é que considero muito mais importante do que reclamar em redes sociais a respeito de políticos corruptos, má programação de televisão, produtos que fazem mal à saúde ou empresas que prejudicam o meio ambiente. Bem mais produtivo seria simplesmente boicotar até levar cada um destes à falência. Isso faria o mundo melhorar pela simples eliminação automática dos maus participantes do processo


Celso Rommel

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