"Tudo que é importante costuma ser ignorado", Louis Pauwels

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O estado precisa mesmo bancar o custo do Carnaval?


A festa de carnaval existe em diversas épocas do ano em vários países do mundo. Não é privilégio ou sina do Brasil. Existem pelo menos dez nações no planeta que realizam os festejos de Momo em estilos diferentes.

No Brasil a comemoração extrapola em tamanho aos demais países, com animação proporcional ao consumo de drogas e prostituição, inclusive a infantil - esta que muitos consideram uma chaga moral, mas que é também o motivo secreto de muitos turistas comprarem suas passagens de avião para cá.

Os que defendem os gastos públicos para a infra estrutura do Carnaval afirmam que a festa gera recursos em hotelaria, movimentando também os pequenos e grandes comerciantes na venda de lanches, bebidas e souvenirs, setor de serviços, além dos cachês pagos à categoria dos músicos.

Quem, como eu, é contra a manutenção de gastos públicos com a festa, pode argumentar que poucas cidades possuem carnaval de fato e que o feriadão em todo o território nacional, incluindo cidades que não tem qualquer tradição momesca,  soma gigantesco prejuízo com casas comerciais fechadas, indústrias funcionando pela metade ou paradas por uma semana. 

Gostaria que um folião de boa vontade algum dia apresentasse uma amostragem de cálculo de faturamento vezes gastos públicos, menos fator de inoperância do sistema produtivo brasileiro ao longo de todos os dias em que as portas do comércio estão fechadas para o carnaval. 

Se a conta não fechar em vermelho, então que continue o derrame de recursos públicos ( e do setor privado também ) na orgia patrocinada e liberada. Estarei então fazendo um julgamento precipitado.

Do contrário, o que acontece é um desperdício imoral de dinheiro público, especialmente em tempos de crise, quando a ordem é apertar os cintos e ainda mais em um lugar com colossal atraso de desenvolvimento em setores essenciais, na comparação com outros povos da América.

Desguarnece-se de policiais o interior dos estados quando os agentes da lei são deslocados para acudir multidões embriagadas, deixando inseguras cidades já tradicionalmente violentas mesmo com policiamento regular.  O mesmo acontece com o setor de saúde, quando profissionais médicos são requisitados para atender casos de overdose de drogas, ferimentos em tentativas de homicídio e acidentes, deixando padecer sem atendimento a criança com insuficiência respiratória que procura um hospital público. Tudo em nome da orgia, a santa orgia que não pode ser criticada, uma vez que já se tornou símbolo do Brasil.

Aumentam-se no período os acidentes de trânsito com vítimas fatais, os assassinatos, a venda e consumo de entorpecentes e armas, a transmissão de doenças venéreas e gravidez indesejada, afinal já que estão todos de cabeça feita, toda loucura parece justificável na mente de um irresponsável. 

E o dinheiro para pagar o seguro DPVAT, a cadeia para o traficante, o remédio para os atingidos pelas doenças e violências, de onde sai? Da Educação, Saúde,Segurança, Transportes, setores habitualmente carentes neste terceiro mundo tropical. Você não acha que faz falta? Imagine então quanto desse dinheiro público que oficialmente é destinado a bancar o carnaval ainda é desviado para contas na Suiça ou para partidos políticos. Além do mais, imagino como fica o carnaval na cabeça do evangélico que tem seu imposto usado para bancar uma festa pagã.

Que tal propôr uma lei para que carnaval só seja permitido em final de semana e com patrocínio particular?


Celso Rommel

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