"Tudo que é importante costuma ser ignorado", Louis Pauwels

sábado, 26 de novembro de 2016

A imoral distribuição racial na TV brasileira

POVO BRASILEIRO
Povo brasileiro, segundo a TV brasileira

Dos 191 milhões de brasileiros em 2010, conforme o Censo, 91 milhões se classificaram como brancos, 15 milhões como pretos, 82 milhões como pardos, 2 milhões como amarelos e 817 mil como indígenas. Registrou-se uma redução da proporção de brancos ( que em 2000 era 53,7% e em 2010 passou para 47,7% ) e um crescimento de pretos (de 6,2% para 7,6%) e pardos (de 38,5% para 43,1%). Sendo assim, a população preta e parda passou a ser considerada maioria no Brasil (50,7%). Isso sem falar naqueles que se declaram "brancos" quando na verdade são pardos, o que nos leva a crer que na realidade a maioria é ainda mais abrangente.

Ou seja, temos um país  majoritáriamente de pardos. Alguns talvez não tolerem esse fato, por motivos estéticos, comerciais ou conceitos copiados de países europeus mas, a menos que se faça algum tipo de eugenia ou purificação racial nos moldes da Alemanha nazista, não há como deter a maré. Muito pelo contrário, já que a tendência desta maioria é se tornar, com o passar dos anos, absoluta.

Em países com esta característica, como Índia, Paquistão, regiões da América Central e África, a realidade racial da população aparece na tela da TV na mesma proporção. Não poderia ser diferente, já que a concessão de um sinal de televisão emana do povo, através de seus representantes políticos, portanto esse mesmo povo tem o direito primordial de ser mostrado na TV tal como é.

Note exemplos do padrão racial televiso nas imagens abaixo, em cada país:

Programa de comédia na Índia

Elenco de novela no Marrocos

Apresentadores de telejornal no Sri Lanka
Apresentador de telejornal na Nicarágua

Agora, pensemos no nosso país. Um estrangeiro que conhece o Brasil a partir de nossas prestigiadas novelas e não tenha outra pista a respeito da formação do nosso povo, poderia pensar que a terra brasilis é ocupada por nórdicos, tal a quantidade irreal de loiros e loiras que ilustram a programação. Senão vejamos: em TODAS as novelas da moda conte quantos negros e pardos fazem parte do núcleo central da trama. Nos telejornais faça também a mesma contagem no número de apresentadores e repórteres. 

Nas últimas décadas, com o surgimento do "politicamente correto", a principal emissora de TV no Brasil buscou incorporar uma quantidade maior de atores e apresentadores de pele escura visando despistar o olhar crítico de alguns observadores. Ainda assim, em proporção bastante reduzida, da ordem de dez caucasianos para um mulato: o inverso portanto do mundo real. Sem mencionar que os pardos são sempre protagonistas de papéis "menores" retratando personagens de conduta tida como "inferior", em comparação com o galã, o herói ou a mocinha na trama, todos brancos.

Esta constatação nos leva a denunciar um grave crime cometido contra a dignidade da população brasileira, cujo acesso à representatividade nos canais de TV tem sido negada desde a fundação deste tipo de serviço no país até os dias atuais, em uma amostra de racismo comparável somente ao da TV sul africana no tempo do apartheid, com o agravante de que no Brasil se tem ainda por cima a iniciativa de iludir a população com atenuantes hipócritas visando faze-la aceitar a discriminação como fato normal, coisa que tem sido feita com sucesso.
O crime que se tornou coisa comum, do cotidiano ( de negar a representação na TV à maioria do seu povo ), tem provocado dramas psicológicos incuráveis nas mentes em formação de gerações de crianças de origem afro ou indígenas que, ao serem bombardeadas diuturnamente por esta ilusão grandiosamente fabricada, tendem a acreditar que nasceram na "raça errada", que fazem parte de uma "população de segunda classe" ( quando na verdade compõem a maioria ) e que precisam, portanto, "se adaptar para serem aceitas", fazendo uso de vários artifícios cosméticos, com inestimáveis abalos para a auto estima.

Enquanto o Brasil não aceitar a sua própria gente não poderá se denominar nação.

Enquanto existirem por aqui núcleos de pessoas vivendo em bolhas sociais, desconectadas do mundo real, continuará chiando a bomba relógio em que se transformou o Brasil.

A propósito, quantos governadores pardos já foram eleitos no estado com maior concentração de negros fora da África?

Celso Rommel

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