Se não fôssemos presidencialistas e fizéssemos do parlamento nossa casa de governo, algumas soluções seriam mais fáceis. Por exemplo, se o primeiro ministro ( o presidente de fato em um regime parlamentar ) pisasse na bola, poderia ser substituído de um dia para o outro, sem alarde. Não precisaríamos passar anos a fio em um desgastante processo de impeachment.
A eleição do parlamento exigiria mais atenção do eleitorado do que a mera escolha de um nome carismático e salvador da pátria. Tendo que escolher vários nomes, em tese o eleitor ficaria mais a par dos meandros do funcionamento do processo político.
Imagine o que acontece, por exemplo, em países como Japão, Índia e Grã Bretanha, que adotam o parlamentarismo. Não há super homens da política e a falta de um culto à personalidade termina sendo benéfico por estimular o trabalho em prol do país e não para proveito de uma imagem pessoal, eliminando portanto a formação de times, profissionais de palanque e coronéis que só enfraquecem a democracia.
O Brasil parlamentarista seria mais ou menos corrupto do que o que é regido pelo presidencialismo? Seria tão corrupto quanto o povo brasileiro é, afinal corruptos não chegam ao país em naves espaciais.
Há quem analise que tal proposta em um parlamento corrompido como o brasileiro seria uma temeridade. Mas o presidencialismo também tem se provado um caminho inviável, especialmente nos últimos meses, em meio a turbulência que parece não ter fim.
Para saber se é bom mesmo, só experimentando. Ainda assim, se houvesse outro plebiscito hoje, eu votaria pelo parlamentarismo novamente. Afinal, como dizia aquele palhaço: "Pior do que está, não fica".
Celso Rommel
Celso Rommel
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