Arcos Íris sobre Kirkjufell, Islândia /Foto: Peter Hammer |
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
2016: A vida como ela era
O ano mais complicado que se tem notícia na história recente chegou ao fim. O calhamaço de problemas que herdamos para serem compreendidos e enfrentados tem deixado a humanidade em estado de confusão mental, já que não há qualquer sinal de que estejam em andamento para solução.
A paz estampada nas manchetes e coordenada por Russia e Turquia na guerra da Síria soa como uma grande conquista dos países não alinhados. Só não combinaram o cessar fogo com os grupos terroristas que, a despeito do que queremos acreditar, tem mais vidas do que gatos e baratas juntos. Afinal os aliados não bombardeiam um inimigo tradicional, com exército fixo, mas um oponente mutante, que pode aparecer a qualquer hora, práticamente em qualquer lugar. Eles simplesmente adotaram a Síria como campo de batalha...
O barulho no Brasil não dá sinais de calma. Se a chapa Dilma/Temer for cassada pelo T.R.E, ou se o presidente renunciar ( como alguns apostam que pode acontecer ), uma eleição indireta acontece no Congresso Nacional, justamente este que anda em baixíssima credibilidade, com a maior parte de seus integrantes envolvidos em denúncias de corrupção. Tudo isso em meio a números alarmantes de desemprego e uma divisão ideológica que só tem se radicalizado dia após dia. Em suma, na pior hipótese há risco de desgovernança no Brasil.
Essa mesma divisão maluca acontece nos Estados Unidos, onde mais da metade do eleitorado simplesmente não aceita Donald Trump como presidente, graças a regras eleitorais que na prática tornam a eleição por lá indireta, contrariando o princípio básico da democracia. Trump, por sua vez, dá mostras de que quer reeditar a corrida armamentista, ridicularizar a ONU e peitar os inimigos da grande potência pelo mundo afora, como um bom super herói da Marvel. Sim, um super herói com poderes especiais para destruir o mundo dezenas de vezes com suas fantásticas ogivas atômicas.
Na velha Europa, a paciência com os refugiados árabes já há tempos denota esgotamento. A preferência dos migrantes pela residência na Europa cristã ( ao invés da Arábia Saudita ou Jordânia muçulmana ) traz consigo sintomas de pânico xenófobo depois de ataques terroristas na França e na Alemanha.
Quem poderia fixar no chão os alicerces do nosso querido mundo? Os artistas e cientistas. Mas as notícias da indústria musical são cada vez mais fracas, Hollywood parece ter também chegado a um esgotamento, ao tempo em que os jovens, outrora revolucionários, estão aprisionados em redes sociais e brinquedos eletrônicos.
Ao ler as manchetes, os otimistas aguardam da ciência a boa nova da inteligência artificial, de que há cura para a fome, para as graves doenças ou de que há sim vida inteligente em outros planetas. Os religiosos proclamam a proximidade da volta de Jesus ou Maomé.
Mas, enquanto isso... a massa entra em ebulição e o mundo como nos conhecíamos cada vez mais se torna irreconhecível.
Celso Rommel
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Rabiscos que eu pensava ter esquecido
A gente desenha e escreve coisas na juventude que são jogadas no hiper espaço, desaparecem, são recicladas,viram comida de cavalo, mas... algumas delas sobrevivem ocultas em alguma prateleira escondida para reaparecerem vinte e cinco anos depois.
Foi o caso dos desenhos abaixo, que foram feitos na virada dos anos oitenta para os noventa e guardados nos arquivos de mano José Carlos Almeida, o intrépito Fiu Fiu. A maioria deles na temporada passada na capital paulista, entre um acorde de guitarra e um ônibus para Santo Amaro.
O Jornal da União Cósmica foi um relance muito típico de neo psicodelismo, principalmente quando faz alusão a uma figura especialíssima: "Llundo, o Trensual"😂 Eu já tinha apagado essa da memória!
Era um mundo sem internet... verdadeiramente jurássico. Curte?
sábado, 24 de dezembro de 2016
Bixi: dispositivo permite controlar qualquer aparelho smart usando gestos
O Bixi é um aparelho pequeno que pretende mudar a forma com que as pessoas interagem com seus eletrônicos no dia a dia. No lugar do touchscreen, o dispositivo permite controlar smartphones, tablets e outros aparelhos por meio de gestos. Para isso, o gadget rastreia os movimentos da mão no ar, sem precisar tocar em nada. E o melhor: o preço não é alto.
Por US$ 94 (R$ 316 na cotação atual) já com frete para o Brasil, o comprador leva para casa um gadget pequeno com luzes LED para dar feedback dos comandos. É possível pausar e mudar o volume da música tocando no celular, acender a tela do tablet e rolar páginas da internet, pausar alarmes de manhã cedo e mais.
Apesar de poder ser usado com dispositivos móveis, seu uso mais interessante é em casas inteligentes. Conectado a uma tomada, o Bixi é capaz de controlar lâmpadas Philips Hue para mudar as cores da iluminação com gestos. Além disso, o equipamento pode ser configurado facilmente para destrancar a porta de casa sem precisar tocar na maçaneta.
No carro, o aparelho é útil para atender ligações, iniciar rotas no mapa e dar play nas músicas sem precisar tocar em botões pequenos na tela do smartphone. Em todos os casos, o Bixi se conecta por Bluetooth ou Wi-Fi para enviar os comandos. Os gestos variam conforme o dispositivo e o app usado no momento, todos customizáveis de acordo com as necessidades.
Os interessados em adquirir o aparelho poderão faze-lo usando a plataforma de financiamento coletivo Indiegogo. A unidade do produto sai por US$ 94 (R$ 316, em conversão direta) e a entrega será feita a partir de março de 2017.
Tech Tudo
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Somos cristãos ou somos só romanos?
Interessante pensar que antes do movimento da cristandade se espalhar pelo mundo era muito normal decidir-se qualquer parada na ponta da espada, sem maiores dramas. Era a Pax Romana, que os césares impunham à força, tomando na tora territórios e assassinando sem qualquer escrúpulo os que se arvoravam a cruzar o caminho da maior potência militar do mundo antigo.
O império ruiu, os bárbaros transformaram o mundo, mas a revolução iniciada pelo nazareno Yeshua ( cujo nome foi ocidentalizado para Jesus ) é influente no planeta até hoje.
A beleza das palavras, os milagres, a força da filosofia do amor, a tendência cativante pela tolerância em uma mensagem preferencialmente voltada para os oprimidos cativou a maioria da humanidade. Desde então, os líderes antes implacáveis passaram a utilizar o nome de Jesus no discurso.
Aliás, como fazer a partir de então um discurso sem a referência a Jesus? Se tornou o nome mais popular, o mais aceito, o mais admirado. Incluir o nome do nazareno seria sempre garantia de políticamente correto, a maquiagem perfeita, inclusive para um conquistador romano. Por outro lado, deixar de fora esta referência passou a ser associado ao mundo que foi deixado para trás; opressor e pagão.
Tornou-se portanto cômodo, necessário e aconselhável agregar-se essa influência como nova estratégia de marketing. E foi assim que o imperador Constantino uniu o império: a partir da sua conversão ao cristianismo. Tal qual acontece em governo com alta taxa de aceitação, todos passam a querer a qualquer momento dizer que são cristãos desde criancinhas, mesmo que alguns cristãos de fato tenham sido jogados ( pelos agora convertidos ) para serem comidos pelos leões no coliseu.
E o que muda a partir da nova estratégia? A estampa. Se a marca é boa e cai no gosto do consumidor, então temos aqui o comércio perfeito almejado por todos. A despeito dos corações verdadeiramente consagrados à mensagem de Cristo, os romanos continuaram sendo romanos por debaixo da maquiagem. Não podiam deixar de ser porque a essência do lobo é sangrar as ovelhas para aplacar sua fome, mesmo que precisassem desesperadamente da máscara para serem aceitos, até pelos próprios compatriotas.
E assim tem sido. A belíssima mensagem de Yeshua serviu e serve de cartão de visita, máscara protetora, discurso pronto. É uma mensagem que destranca portas e provoca simpatias por pessoas que a utilizam como recurso.
Entretanto, a Pax Romana, a conquista opressora, o mundo negativo de Calígula e Nero estão talvez ainda mais presentes hoje, em nova roupagem, por debaixo da maquiagem, embutido nas corporações, na luta pelo destaque pessoal com toques high tech.
Isso lhe provoca alguma náusea? Não vejo assim. Observando a questão por um viés mais racionalista, criticar tal conduta poderia ser até mesmo uma injustiça.
Afinal é esse o máximo que boa parte da civilização consegue chegar da compreensão de cristianismo no atual estágio de evolução.
Afinal é esse o máximo que boa parte da civilização consegue chegar da compreensão de cristianismo no atual estágio de evolução.
E, sem o disfarce atenuante, aí é que a humanidade poderia ser mesmo intragável.
Celso Rommel
sábado, 17 de dezembro de 2016
Jesus... um mutante?
Decifrado recentemente, um texto egípcio de 1,2 mil anos conta que Jesus teria celebrado a Santa Ceia com Pôncio Pilatos (o juiz que autorizou sua crucificação, de acordo com os Evangelhos Canônicos), numa terça-feira e não numa quinta, e que Jesus era capaz de mudar sua aparência (uma explicação para a maneira que Judas teria usado para ajudar soldados romanos a identificá-lo na hora da prisão).
De acordo com o pesquisador Roelof van den Broek, que publicou a tradução em seu livro “Pseudo-Cyril of Jerusalem on the Life and the Passion of Christ” (“Pseudo Cirilo de Jerusalém sobre a Vida e a Paixão de Cristo”, sem edição no Brasil), é importante ressaltar que, embora a existência do relato não possa garantir que as coisas ocorreram dessa maneira, poderia haver pessoas na época que acreditavam nele.
Há pelo menos duas cópias do texto, escrito na linguagem copta (do povo egípcio do período helenístico e do período sob dominação romana): um na Biblioteca e Museu Morgan em Nova York e outro no Museu da Universidade da Pensilvânia (ambos nos EUA). Boa parte da tradução foi feita a partir da cópia que se encontra em Nova York, mais conservada.
Café com Pilatos
“Sem maior tumulto, Pilatos preparou a mesa e comeu com Jesus no quinto dia da semana. E Jesus abençoou Pilatos e toda a sua casa (…) [depois, Pilatos disse a Jesus] bem, observe, a noite chegou, levante-se e bata em retirada, e quando a manhã chegar e eles me acusarem por sua causa, eu devo dar a eles o único filho que tenho para que eles possam matá-lo em seu lugar”.
De acordo com o texto, Jesus teria agradecido a Pilatos por sua boa vontade, mas recusado a oferta e mostrado que, se desejasse, poderia escapar de outras formas, desaparecendo em seguida.
Hypescience
O surpreendente pioneirismo visionário dos Beatles
De Leonardo Da Vinci aos Quatro de Liverpool
São raros os casos de explícito dom profético ao longo da história da civilização. Nostradamus certamente acertou uma bola na trave ao anunciar em suas centúrias a futura existência de um certo cidadão de nome Hister que provocaria uma guerra de proporções desastrosas.
Nos anos 20, Blind Lemon Jefferson gravou uma canção intitulada “Eletric Blues”, décadas antes da guitarra elétrica vir ao mundo. Entretanto, dois casos em especial merecem ser objetos de estudo: Leonardo Da Vinci e os Beatles. Sobre o primeiro pesa a reputação de ter sido um dos maiores gênios da humanidade, exercendo as distintas funções de músico, pintor, artista plástico, médico legista, arquiteto, engenheiro mecânico e militar, arquiteto entre outras. Alguns de seus quadros (a exemplo de algumas capas de discos dos Beatles) motivaram as mais fantasiosas interpretações e até um livro/filme de enorme sucesso. Como explicar que esta figura fantástica tenha projetado, há mais de 500 anos atrás, idéias tão ousadas e atuais como pára-quedas, o tanque de guerra e até o submarino?
Há quem defenda a remota possibilidade de Leonardo ter sido um viajante do tempo. Quanto aos Beatles, bem, os caras realmente extrapolaram neste quesito. Assim como Da Vinci, eles criaram todo um admirável mundo novo sem qualquer base em experiências congêneres que os precedessem. Senão, como explicar a gênesis de um disco como Sgt. Pepper’s, saído da cabeça de quatro autodidatas fãs de Elvis Presley?
Eles fundaram o estilo que hoje chamamos de música pop e o definiram de tal forma que qualquer “inovação” lançada desde 1970 tem por alicerce algum capítulo da enciclopédia beatle. A banda se transformou também numa espécie de termômetro do sucesso de outras, sendo sempre lembrada a termo de comparação quando algum grupo novo conquista altos níveis de popularidade. Apesar de todo este prestígio, volta e meia os Beatles são objetos de farpas lançadas por incautos motivados por variados sentimentos e precipitados julgamentos. A alguns críticos musicais e outros mais que ainda tentam subestimar ou diminuir o legado e a magnitude desses artistas visionários é que eu dedico esta pequena lista com 51 ações pioneiras dos fab four:
1- Primeira banda britânica a fazer sucesso fora de seu país.
2- Primeira banda de rock a fazer sucesso mundial.
3- Primeiro artistas do estilo a lançar um álbum duplo.
4- Primeiros artistas de rock a gravarem com orquestra de câmara – Yesterday
5- Primeiros artistas a realizarem a fusão entre rock e misticismo – George e a Hare Krsna, mantras, meditação transcendental, etc.
6- Primeiros artistas a erguerem a ponte entre música ocidental e oriental a partir da canção Norwergian Wood.
7- Primeira microfonia intencional em guitarra ( na verdade, um violão ) divulgada em gravação – I Feel Fine
8- Primeira banda a fazer show em estádio – Shea Stadium
9- Primeira transmissão mundial via satélite – All You Need is Love
10- Primeiro solo de guitarra ao contrário gravado – I’m Only Sleeping
11- Primeiro disco conceitual do rock – Sgt. Pepper’s
12- Primeira banda de rock a gravar em quatro canais – Sgt Pepper’s
13- Primeira banda de rock a fazer carreira no cinema
14- Primeira banda (e talvez única) de rock a conjugar quatro instrumentistas/cantores/compositores
15- Primeira (e talvez única) banda de rock a lançar vários singles com dois lados A
16- Primeira banda de rock a utilizar vozes de animais (e outros efeitos sonoros) em músicas – Good Morning, Good Morning
17- Primeira banda de rock a gravar com orquestra sinfônica – A Day in the Life
18- Primeira banda a gravar com sintetizadores e moog – Lucy in the Sky e Maxwell’s Silver Hammer
19- Primeiros artistas a possuirem gravadora própria (Apple).
20- Primeiros músicos a terem suas figuras transformadas em desenho animado
21- Primeira banda a ter a figura do guitarista-solo
22- Primeiro baixista de rock a não utilizar o instrumento em formato cello.
23- Primeiros artistas (antes de Jimi Hendrix) a utilizarem um hino nacional em uma música popular – A marselhesa em All You Need is Love
24- Primeira gravação de Heavy Metal, noise music ou grunge – Helter Skelter
25- Primeira banda de rock a gravar em formato acústico – And I Love Her
26- Primeira banda de rock a gravar uma música de um só acorde – Tomorrow Never Knows
27- Primeira banda de rock a gravar músicas inéditas em formato pout-pourri – Sgt Pepper’s/With a Little Help From My Friends e, mais tarde, no Abbey Road, desde You Never Give me Your Money até The End
28- Únicos artistas a terem cinco músicas nos primeiros lugares da parada norte americana.
29- Primeira banda de rock a fazer um show no telhado de um prédio.
30- Primeira banda a lançar moda com penteados e trajes especiais.
31- Primeira banda de rock a gravar world music, desde Michelle (França), P.S I Love You (América Latina) até Love you To (Índia), etc.
32- Primeiro casamento inter-racial do rock – John e Yoko
33- Primeiro rock star a se lançar em carreira literária – John Lennon
34- Primeiro rockstar a tocar todos os instrumentos na gravação de um disco – Paul McCartney em seu primeiro LP solo
35- Primeiro rock star a lançar um show reunindo celebridades musicais em favor de causa humanitária – George Harrison em Concert for Bangladesh, três décadas antes do Live 8.
36- Primeira banda a lançar LPs com capas enigmáticas.
37- Primeiro filme/documentário do processo de gravação de um disco de rock – Let it Be
38- Primeiro solo de guitarra gravado em dueto em um rock – And your Bird Can Sing
39- Primeiro proto reggae ou ska, antes do estilo se tornar mundialmente conhecido – She’s a Woman
40- Primeira canção com mais de quatro minutos a ser executada em rádios comerciais (e fazer sucesso) – Hey Jude
41- Primeiro artista a utilizar o recurso do grito primal em suas músicas – John Lennon
42- Primeira banda de rock a ser pirateada (e depois usar este recurso a seu favor com a série Anthology).
43- Primeira banda a abandonar os palcos para atuar apenas nos estúdios
44- Primeira banda de rock a serem endorsers de seus instrumentos (Rickenbacker, Ludwig, Hofner e Gretsch) e ganharem mais dinheiro ainda com isso, apesar das declarações em contrário de seus membros .
45- Primeiro vídeo clip – Strawberry Fields Forever
46- Primeiros rock stars a declararem frases de efeito.
47- Primeira canção em três idiomas gravada por uma banda de rock – Sun King contém frases em inglês, espanhol e italiano.
48- Primeiro rock star a dedicar parte de sua carreira a uma causa pacifista – John Lennon
49- Primeiros rocks de inspiração punk – John Lennon em I Found Out e Cold Turkey
50- Primeira banda de rock a gravar músicas com temática infantil – Yellow Submarine
51- Primeira banda de rock a ser condecorada com a medalha M.B.E pela rainha da Inglaterra.
Com certeza tem muito mais, porém acho que, a título de amostra, esta listagem já é suficiente.
Celso Rommel
Orgãos feitos em impressoras 3D agora se movem, sangram e têm textura dos reais
Quando falamos do uso de órgãos artificiais no treinamento de cirurgiões, a textura pode ser tão importante quanto à aparência.
Pesquisadores do mundo todo vêm usando impressoras 3D para criar réplicas personalizadas de cérebros, espinhas dorsais e corações no treino de cirurgias arriscadas. Alguns, porém, elevaram a tecnologia a um novo patamar e criaram órgãos artificiais que se movem, sangram e têm a mesma textura dos órgãos reais.
Essas réplicas viscosas não apenas permitem que os médicos tenham uma visão mais realista de casos complexos, como também auxiliam os estudantes de medicina no desenvolvimento da memória muscular, habilidade necessária para a prática cirúrgica.
O Simulador de Réplicas Inanimadas Para o Aprendizado Físico (SIMPLE, na sigla original), um projeto da Universidade de Rochester, nos EUA, utiliza hidrogel para criar réplicas de órgãos em 3D que sangram quando cortadas.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Viver sem comer nada... como assim?
Inédia é a suposta possibilidade de sobreviver sem alimentos - nós aprendermos a, assim como as árvores, fazer fotossíntese. Respiratorianismo é um conceito relacionado, que afirma que comida e até mesmo água não são necessários e é possível viver somente de prana (a força vital do Hinduísmo), ou, de acordo com alguns, se alimentando de luz solar. Nos últimos anos, o movimento foi popularizado pela australiana Ellen Greve, mais conhecida como Jasmuheen.
O consenso científico atual sobre nutrição e o bom senso normalmente aceito indicam que uma pessoa exposta a esse tipo de dieta, a longo prazo, acabaria morrendo de inanição ou desidratação.
Alguns respiratorianos se submeteram, durante muitos dias consecutivos, a testes médicos rigorosos em hospitais, incluindo muitos exames para verificar o estado de saúde do examinado, e também com câmeras filmando-os todos os dias, durante as 24 horas para garantir que nada fosse ingerido durante todos os dias em que estavam sendo testados e examinados no hospital.
Um destes respiratorianos é Prahlad Jani (um indiano que alega não comer e não beber nada há 67 anos). Prahlad Jani foi submetido a testes em 2003 e em 2010, mas os resultados obtidos foram considerados confidenciais e não foram publicados em jornais científicos.
Outra pessoa que passou pelos mesmos tipos de testes, com supervisão médica, foi Hira Ratan Manek, que é outro indiano, que alega viver sem comer e que se alimenta da luz do Sol. Esta suposta técnica de se alimentar da luz do Sol é chamada de SunGazing.
Os adeptos do respiratorianismo afirmam que o prana, também conhecido como energia cósmica, energia orgônica, Chi ou Ki, seria responsável por nutrir os praticantes, "sendo encontrado dentro de toda molécula, pura luz divina capaz de gerar todo e qualquer tipo de vida".
O prana, de acordo com a tradição Sanatana-Dharma do Hinduísmo, são os princípios energéticos primários do indivíduo que mantém funcionando seus sistema fisiológico, diferindo parcialmente do que os respiratorianos afirmam.
O processo dos 21 dias
De acordo com Jasmuheen, há um processo de 21 dias em que uma pessoa pode gradualmente percorrer seus passos e viver de luz. O método é dividido em três fases de sete dias cada uma, e começa da alimentação normal indo até o ponto em que o indivíduo não precisa ingerir mais nenhum alimento.
A descrição do processo passa pelas dificuldades encontradas na primeira semana (em que sintomas como fraqueza e dores de cabeça, normalmente associados à falta de alimentos, são atribuídos a sintomas de uma intoxicação alimentar prévia), até a suposta possibilidade de ter os sentidos apurados ao fim da terceira semana.
Religiosidade
Em algumas religiões, o jejum é uma prática muito comum, normalmente relacionada a conceitos de purificação e santidade[5] (ver artigo da wikipedia relacionado, Jejum). Jesus, de acordo com a Bíblia, jejuou por quarenta dias e quarenta noites no deserto.
No Hinduísmo, o jejum é praticado com muita frequência.
Normalmente, os praticantes de inédia (respiratorianismo) relacionam seus hábitos a motivações religiosas de caráter transcendental, afirmando praticarem não só um hábito nutricional, mas sim um estilo de vida.
Críticas
A prática da inédia não é reconhecida pelos cientistas e recebida com descrença pela população em geral. Céticos afirmam que não há nenhuma evidência formal de que haja a possibilidade de viver sem alimentação. Vegetais, algumas algas, bactérias e arqueobactérias seriam os únicos seres vivos a viver de luz, uma vez que possuem metabolismo capaz de converter energia luminosa em química através da fotossíntese. Observa-se que os vegetais possuem gasto energético mínimo, mesmo assim necessitam certos substratos ricos em nutrientes para seu perfeito desenvolvimento. Os animais precisam de uma quantidade muito maior de energia para se manterem.
Os defensores da inédia afirmam que médicos, cientistas ou hospitais, não se dispõe (por questões óbvias) a fazer testes com pessoas que não se alimentam. A rejeição se deve ao fato de não ser possível privar pessoas a se alimentarem, pois os efeitos são muito bem conhecidos. Supostamente alguns (ou diversos) testes foram realizados com o que os defensores chamam de "respiratorianos", porém os resultados não foram publicados em nenhuma revista científica.
A acusação mais séria aos divulgadores do respiratorianismo é a de levar pessoas crédulas a praticar uma dieta que pode ter consequências gravíssimas. Em 16 de setembro de 1999, o corpo de Verity Linn foi encontrado junto com o seu diário, onde ela havia escrito toda a sua tentativa de viver apenas do prana. Seu corpo não resistiu à desnutrição e desidratação. Também em seu diário havia citações dos ensinamentos de Jasmuheen. Há outros dois casos de mortes relatados à inédia.
Já os defensores do respiratorianismo afirmam que, em relação aos três casos de morte relacionados ao processo dos 21 dias, as pessoas ignoraram as diretrizes que constam no livro "viver de luz" (Jasmuheen). Segundo os defensores da inédia, é recomendado às pessoa ficarem em casa, descansando e economizando energia durante todo o processo dos 21 dias. Os defensores da inédia afirmam ainda que existe a recomendação de que a pessoa "ouça o seu corpo". As mortes são então justificadas (pelos defensores da inédia) como sendo ocorridas por falta de preparação suficientemente da pessoa que se priva de alimentos. Outros cuidados, como a supervisão por terceiros, também é recomendada pela comunidade de respiratorianos. As mortes, novamente segundo os defensores da inédia, se devem ao desrespeito às diretrizes da vivência de luz.
Outra pessoa que passou pelos mesmos tipos de testes, com supervisão médica, foi Hira Ratan Manek, que é outro indiano, que alega viver sem comer e que se alimenta da luz do Sol. Esta suposta técnica de se alimentar da luz do Sol é chamada de SunGazing.
Os adeptos do respiratorianismo afirmam que o prana, também conhecido como energia cósmica, energia orgônica, Chi ou Ki, seria responsável por nutrir os praticantes, "sendo encontrado dentro de toda molécula, pura luz divina capaz de gerar todo e qualquer tipo de vida".
O prana, de acordo com a tradição Sanatana-Dharma do Hinduísmo, são os princípios energéticos primários do indivíduo que mantém funcionando seus sistema fisiológico, diferindo parcialmente do que os respiratorianos afirmam.
O processo dos 21 dias
De acordo com Jasmuheen, há um processo de 21 dias em que uma pessoa pode gradualmente percorrer seus passos e viver de luz. O método é dividido em três fases de sete dias cada uma, e começa da alimentação normal indo até o ponto em que o indivíduo não precisa ingerir mais nenhum alimento.
A descrição do processo passa pelas dificuldades encontradas na primeira semana (em que sintomas como fraqueza e dores de cabeça, normalmente associados à falta de alimentos, são atribuídos a sintomas de uma intoxicação alimentar prévia), até a suposta possibilidade de ter os sentidos apurados ao fim da terceira semana.
Religiosidade
Em algumas religiões, o jejum é uma prática muito comum, normalmente relacionada a conceitos de purificação e santidade[5] (ver artigo da wikipedia relacionado, Jejum). Jesus, de acordo com a Bíblia, jejuou por quarenta dias e quarenta noites no deserto.
No Hinduísmo, o jejum é praticado com muita frequência.
Normalmente, os praticantes de inédia (respiratorianismo) relacionam seus hábitos a motivações religiosas de caráter transcendental, afirmando praticarem não só um hábito nutricional, mas sim um estilo de vida.
Críticas
A prática da inédia não é reconhecida pelos cientistas e recebida com descrença pela população em geral. Céticos afirmam que não há nenhuma evidência formal de que haja a possibilidade de viver sem alimentação. Vegetais, algumas algas, bactérias e arqueobactérias seriam os únicos seres vivos a viver de luz, uma vez que possuem metabolismo capaz de converter energia luminosa em química através da fotossíntese. Observa-se que os vegetais possuem gasto energético mínimo, mesmo assim necessitam certos substratos ricos em nutrientes para seu perfeito desenvolvimento. Os animais precisam de uma quantidade muito maior de energia para se manterem.
Os defensores da inédia afirmam que médicos, cientistas ou hospitais, não se dispõe (por questões óbvias) a fazer testes com pessoas que não se alimentam. A rejeição se deve ao fato de não ser possível privar pessoas a se alimentarem, pois os efeitos são muito bem conhecidos. Supostamente alguns (ou diversos) testes foram realizados com o que os defensores chamam de "respiratorianos", porém os resultados não foram publicados em nenhuma revista científica.
A acusação mais séria aos divulgadores do respiratorianismo é a de levar pessoas crédulas a praticar uma dieta que pode ter consequências gravíssimas. Em 16 de setembro de 1999, o corpo de Verity Linn foi encontrado junto com o seu diário, onde ela havia escrito toda a sua tentativa de viver apenas do prana. Seu corpo não resistiu à desnutrição e desidratação. Também em seu diário havia citações dos ensinamentos de Jasmuheen. Há outros dois casos de mortes relatados à inédia.
Já os defensores do respiratorianismo afirmam que, em relação aos três casos de morte relacionados ao processo dos 21 dias, as pessoas ignoraram as diretrizes que constam no livro "viver de luz" (Jasmuheen). Segundo os defensores da inédia, é recomendado às pessoa ficarem em casa, descansando e economizando energia durante todo o processo dos 21 dias. Os defensores da inédia afirmam ainda que existe a recomendação de que a pessoa "ouça o seu corpo". As mortes são então justificadas (pelos defensores da inédia) como sendo ocorridas por falta de preparação suficientemente da pessoa que se priva de alimentos. Outros cuidados, como a supervisão por terceiros, também é recomendada pela comunidade de respiratorianos. As mortes, novamente segundo os defensores da inédia, se devem ao desrespeito às diretrizes da vivência de luz.
Wikipedia
Cientistas estudam indiano que diz viver há 70 anos sem comida e água. Veja o vídeo
sábado, 10 de dezembro de 2016
Pur que nóis num gosta de le?
Alguns de nós observam com indisfarçável inveja a tendência dos nossos vizinhos argentinos pela leitura e erudição, onde bibliotecas em Buenos Aires são pontos de encontro entre amigos, ficando abertas até tarde da noite. Para efeitos de comparação, sabe-se que os hermanos lêem em média 5 livros por ano, enquanto que o leitor brasileiro mal consegue absorver um livro em doze meses. Aliás, sobre este índice pesam dúvidas, pois me pego pensando se é mesmo verdade que estamos lendo um livro por ano, já que a pesquisa Retratos da Leitura de maio deste ano indica que 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro.
Por qual sina o brasileiro não consegue pegar gosto pela leitura? É coisa para ser investigada. Aqui nasceram grandes nomes literários como Guimarães Rosa, Jorge Amado e Augusto dos Anjos, só para citar três que me vieram à memória agora. Ou seja: temos gurus, só não se vende é livro por aqui porque não tem quem leia, apesar do ainda recente fenômeno internacional Paulo Coelho, reconhecido além-mar mas pouco lido em sua própria casa.
Mas não é pra menos. O padrão de conhecimentos gerais da nação do futebol e das novelas é baixíssimo. Para não dizer que estamos hoje na vanguarda do semi analfabetismo, no Brasil o fenômeno das redes sociais tem forçado pessoas a lerem pelo menos frases de auto ajuda e filosofia de almanaque prontas, o que tem contribuído de alguma forma para gerar um tímido senso crítico a respeito da realidade que nos cerca. De resto, a comparação do nosso padrão de análise dos acontecimentos em relação a povos que amamos admirar, tendo por base o nível de leitura, é abissal.
Enquanto acreditávamos ser o biscoito fino da América Latina, a taxa de qualidade do ensino público por aqui se estabeleceu como uma das piores do mundo, forçando a classe média a pagar ensino particular para não condenar os filhos à negatividade das escolas estaduais e municipais.
Em uma escola que não ensina, formou-se ao longo de décadas uma geração de adultos que escrevem e leem muito mal. Se não conseguem ler fluentemente o básico, como poderiam compreender textos repletos de símbolos como os que são comuns na literatura? Ler se tornou para a grande maioria uma tarefa chata, quase incompreensível e desmotivante, coisa de "gente esquisita e esnobe".
Uma hipótese consoladora é que talvez, pela herança ancestral, o povo brasileiro seja, tendo por base sua matriz africana, mais voltado para a tradição oral do que escrita, típica da civilização européia... desta forma, talvez sejamos o povo da inteligência emocional e física, que teria este tipo de contribuição a dar ao mundo... quem sabe?
Mas, até que desvendemos esse mistério, quem reclama da má qualidade da TV e da música no Brasil de hoje deve estar atento à dramática realidade cultural da maioria, pois uma coisa está diretamente ligada à outra, já que o entretenimento existe em primeiro lugar para agradar ao público pagante, atendendo-o no limite da sua compreensão e necessidade.
Celso Rommel
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Hoje, no Brasil...
Supremo Tribunal manda Renan Calheiros deixar o cargo de presidente do Senado. Senado não aceita e vai manter o presidente. Enquanto isso, no Rio, que não tem dinheiro pra mais nada, servidores públicos e polícia se enfrentam com bombas e tiros. O estado de Minas decreta falência. Temer vê seus projetos de reforma econômica ameaçados. Gilmar Mendes, ministro do STF diz que seu colega ministro Marco Aurélio deve sofrer impeachment....
MAIS UM DIA COMUM NO BRASIL
Esta mãe não conseguia encontrar uma boneca com cabelo natural como o das filhas; por isso decidiu criar uma
Para muitas crianças, bonecas são mais do que apenas objetos para brincar. Elas podem ser uma extensão de sua imaginação e serem vistas como uma amiga ou mesmo uma pessoa da família. É por isso que é tão importante que as crianças tenham acesso a bonecas que se parecem com elas ou com aqueles que estão perto.
Por essas razões, a mãe e cabeleireira Mushiya Tshikuka passou muitos natais procurando por uma boneca que se parecesse com suas filhas que são negras.
Ela até conseguiu encontrar bonecas pretas, mas seus cabelos nunca estavam da maneira ideal. Em um post no Instagram sobre sua missão, Tshikuka explicou: “Toda boneca negra que eu vi tinha cabelos lisos, longos cachos esbranquiçados sintéticos ou eram apenas carecas“.
Tshikuka se recusou a se conformar e então decidiu fazer as bonecas com suas próprias mãos. Tudo para que as crianças consigam se identificar no brinquedo e mantenham sua autoconfiança.
O resultado não poderia ser mais maravilhoso, sobretudo porque não apenas a aparência da boneca que está promovendo uma mensagem positiva e inclusiva. A boneca vem com uma canção, também chamada de “My Natural Doll“, que possui uma letra que fala sobre amar a si mesmo.
“Em um mundo onde as bonecas com as quais brincamos e os modelos que vemos molda nossa percepção de beleza e autoconfiança, é importante que nossas meninas estejam constantemente expostas a um reflexo de si mesmas – uma bela pele escura e um cabelo crespo que cresce para o alto da cabeça”, Tshikuka escreveu em Instagram.
Hypeness
sábado, 3 de dezembro de 2016
Guitarra, esta ferramenta polêmica
Você guitarrista já parou pra pensar que todo o som gravado até hoje pelo instrumento símbolo do rock nada mais é do que o efeito que se consegue em uma tábua com fios de aço estirados sobre ela? Básicamente, uma guitarra é só um pedaço de pau com cordas, o mesmo princípio que rege o berimbau, só que mais sofisticado.
Na verdade, em sua maior parte, o som que está sendo emitido pela guitarra não é produzido pela qualidade do instrumento ou dos pedais de efeito. É uma assinatura do sentimento do artista ( ou da alma, como preferir ), que utiliza aquele pedaço de pau como canalizador material do seu vôo espiritual.
Divagações à parte, essa ferramenta, que dizem ter sido inventado na Bahia, é polêmica desde a sua criação até os dias atuais. Nos anos sessenta, os músicos conservadores brasileiros fizeram uma hoje absurda "passeata contra a guitarra elétrica", com gente como Caetano Veloso, Edu Lobo e Nara Leão percorrendo as ruas em protesto contra o instrumento que diziam ser "peça do imperialismo cultural ianque" e "objeto de alienação da juventude".
Mas por emitir, quando distorcida, sons chorosos, rasgados e marcados por intenso ruído, tem sido a guitarra o instrumento que melhor traduz as ansiedades e frustrações da alma do homem moderno. Diferente, por exemplo, do cravo ou do alaúde, instrumentos de som limpo que tem íntima ligação com a arte da Idade Média.
Falando em ruído, essa parte nos chama a atenção, já que guitarrista é um bicho sofredor, por ter que domar a zoada e a microfonia, conviver com notas que nem sempre são exatas, vez que são abaladas pelo sempre forte movimento dos dedos da mão esquerda durante os solos, razão pela qual as guitarras volta e meia estão desafinadas durante um show ( note nos vídeos de Jimi Hendrix quantas vezes ele regula a afinação no meio de suas apresentações ). Por isso tudo é que , ao longo de décadas, é comum o técnico de som culpar ( muitas vezes injustamente ) a guitarra por qualquer zumbido que apareça sem explicação.
Até para ser gravada, a guitarra exige atenção diferenciada, tendo que ser captado o som através de microfones corretamente posicionados na frente de amplificadores e não diretamente na mesa de som, como os demais. Se esse processo não for feito corretamente, a captura do som estará arruinada.
Em se falando de como tocar essa polêmica engenhoca musical, toda a técnica que hoje se aprecia nos solos de guitarra do rock foi construída tijolo por tijolo, desde Chuck Berry nos anos 50, até George Harrison nos 60, Jimi Page e Richie Blackmore nos 70, Edge, Andy Summers e Ed Van Halen nos 80 e por aí vai... ( claro, omitindo outras dezenas de nomes ). Cada um acrescentou um trecho de conhecimento que vem sendo absorvido de geração em geração. É igual o desenvolvimento tecnológico, evolui com o tempo.
Ainda que meio maldita, a guitarra continua sendo a peça chave na arquitetura melódica da canção influenciada pela tradição roqueira. Tão influente que se criou até a categoria da "air guitar", formada por pessoas que simulam estar em transe tocando uma guitarra invisível. Nos Estados Unidos ( país que reivindica a criação do instrumento ) tem até concurso para escolher quem "toca" melhor nesse estilo.
Em meio ao assalto dos DJs ao longo das últimas décadas e da perda de importância da música enquanto movimento em nível planetário, ainda se vê aquele garoto que compra o seu kit de guitarra para aprender e formar uma banda.
Para mim isso é vida. Acho que deve continuar sendo assim enquanto o mundo for mundo.
Celso Rommel
Celso Rommel
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
A criança na Terra da Sombra Constante
Não sabíamos mais que horas eram, porque aquela era a Terra da Sombra Constante. Um lugar aos quais os mortais se referiam como a "a extremidade do mundo", o local estranho entre os estranhos, onde as coisas mesquinhas eram mais importantes do que as verdadeiras.
Um pássaro mensageiro que voava na imensidão cinza trazendo uma folha de esperança era abatido ainda no céu pelos caçadores cruéis e, ao tocar o solo, a folha ressecava e se transformava em sangue.
Era a Terra da Sombra Constante e, mesmo no verão, quando a luz ainda mais quente do sol passava pela atmosfera, ainda assim no coração daqueles viventes havia falta de claridade, de forma que o mofo nas prateleiras era normal. Aliás, ninguém notava isso pois estavam obstinadamente ocupados em matar.
A certo ponto da jornada, os fugitivos da Terra da Sombra Constante não sabiam se olhavam para trás ou para a frente e, enquanto ouviam os urubus batendo asas aos milhares, choravam ao lembrar da promissora infância.
Falaram de uma criança que emanava um brilho especial, atravessando os ciclos do tempo, deixando pingar a gota mágica da ternura. Temida pelos cruéis, ela chegaria na fronteira, atravessando o fosso do esquecimento para chegar até aquele desesperançoso lugar.
Era porém aguardada pelos chacais, que a prenderam numa armadilha insidiosa, no alto de uma torre, onde está até hoje.
De longe notava-se que a torre refletia seu brilho, iluminando o breu das sombras
E quem esteve perto contou que sempre ouvia a criança cantar...
Celso Rommel
Celso Rommel
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Um Brasil parlamentarista teria mais condições de dar certo
Ouvindo tantos gritos partidários, um país que de tempos em tempos se diz "enlameado" pela corrupção, lutas renhidas por nomes e siglas, mais uma vez me vem à lembrança que votei pelo parlamentarismo, no plebiscito em que as outra opções eram monarquia ou presidencialismo, sendo este último regime o que venceu e está aí hoje dando problema, desde o Marechal Deodoro.
Se não fôssemos presidencialistas e fizéssemos do parlamento nossa casa de governo, algumas soluções seriam mais fáceis. Por exemplo, se o primeiro ministro ( o presidente de fato em um regime parlamentar ) pisasse na bola, poderia ser substituído de um dia para o outro, sem alarde. Não precisaríamos passar anos a fio em um desgastante processo de impeachment.
A eleição do parlamento exigiria mais atenção do eleitorado do que a mera escolha de um nome carismático e salvador da pátria. Tendo que escolher vários nomes, em tese o eleitor ficaria mais a par dos meandros do funcionamento do processo político.
Imagine o que acontece, por exemplo, em países como Japão, Índia e Grã Bretanha, que adotam o parlamentarismo. Não há super homens da política e a falta de um culto à personalidade termina sendo benéfico por estimular o trabalho em prol do país e não para proveito de uma imagem pessoal, eliminando portanto a formação de times, profissionais de palanque e coronéis que só enfraquecem a democracia.
O Brasil parlamentarista seria mais ou menos corrupto do que o que é regido pelo presidencialismo? Seria tão corrupto quanto o povo brasileiro é, afinal corruptos não chegam ao país em naves espaciais.
Há quem analise que tal proposta em um parlamento corrompido como o brasileiro seria uma temeridade. Mas o presidencialismo também tem se provado um caminho inviável, especialmente nos últimos meses, em meio a turbulência que parece não ter fim.
Para saber se é bom mesmo, só experimentando. Ainda assim, se houvesse outro plebiscito hoje, eu votaria pelo parlamentarismo novamente. Afinal, como dizia aquele palhaço: "Pior do que está, não fica".
Celso Rommel
Celso Rommel
Por que o anticoncepcional masculino bateu na trave (de novo)?
Desde os anos 60, as mulheres têm a sua disposição uma grande variedade de métodos para evitar uma gravidez indesejada: pílulas, injeções, dispositivos intra-uterinos, entre outros. Sempre foi responsabilidade da mulher fazer algum tipo de intervenção em seu corpo para que engravidasse. E, a depender da disposição dos pesquisadores, nada vai mudar no futuro próximo. Há décadas se investiga uma maneira de “brecar” os espermatozoides, mas nenhuma foi considerada boa o suficiente até hoje.
Na mosca
O Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism publicou neste mês um estudo financiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que poderia mudar a vida dos homens. Foram testados 320 homens entre 18 e 45 anos; eles receberam injeções de hormônios (uma mistura de testosterona e progestina) capazes de impedir a produção de espermatozoides. O teste foi um sucesso e diminuiu em 15 vezes o número de células reprodutivas expelidas pelos homens na ejaculação e evitou a gravidez nas parceiras. A taxa de efetividade foi de 96%.